Parceria entre instituições do GDF cria primeiro Centro de Estudos nos Transtornos do Espectro Autista

O local inédito só foi possível graças a junção de forças da Secretaria de Saúde, Fepecs e ESP/DF

Natalia Oliveira, da Fepecs

Uma parceria inovadora na saúde pública do Distrito Federal promete levar a assistência a pacientes com transtornos do espectro autista a outro patamar. Isso porque a Escola de Saúde Pública do DF (ESP/DF), com apoio da Secretaria de Saúde (SES) e da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), tornou pública, nesta quarta-feira (3), a criação do primeiro Centro de Estudos nos Transtornos do Espectro Autista do Distrito Federal (Cetea-DF), com objetivo de disseminar conhecimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) que promovam a qualificação dos profissionais de saúde e melhoria da assistência do paciente com TEA no DF.

A ideia é que a ESP/DF, por meio do Cetea, coordene as pesquisas sobre esta temática, além de direcionar a capacitação e o ensino com um grupo composto por 25 pesquisadores da SES e convidados de outras universidades e instituições. A escola também funcionará como elo condutor na promoção de cursos a servidores da atenção psicossocial e áreas afins, utilizando novas tecnologias e metodologias inovadoras dentro do campo do autismo, com consequente melhora no atendimento ao público-alvo.

A psicóloga e pesquisadora da ESP/DF, Valdelice França, explica que é fundamental ter um espaço como o Cetea porque “quando a inovação e pesquisa estão interligadas dentro de um centro de estudos, numa escola pública que visa a saúde coletiva, temos mais proveito, eficácia e eficiência na proposta de qualificar e melhorar a assistência”.

O Cetea não deve ser confundido com as unidades de atendimento, pois não tem esse papel. Sua função primordial é a pesquisa, e consoante a isso, a qualificação dos profissionais que realizam o atendimento de pessoas autistas e seus familiares, com a finalidade de que sejam tratadas de maneira mais humana, sensível e com respeito a suas necessidades. “Por isso também temos interesse em envolver a população nas pesquisas, para que possamos saber quais são suas dúvidas e demandas, a fim de que as pesquisas possam vir a responder questões e ajudar a solucionar problemas efetivos de suas vidas”, destaca Valdelice França.

Atividades e apoio

O grupo de pesquisadores que compõe o Cetea se reúne semanalmente, de forma on-line, até que o espaço físico destinado ao Centro esteja completamente pronto para a volta dos encontros presenciais.

No momento, são desenvolvidas as atividades de um grupo de pesquisa aprovado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com a linha de pesquisa “Atenção ao transtorno do Espectro do Autismo na rede pública de saúde”, que conta com 25 pesquisadores; uma pesquisa sobre o sofrimento psíquico e transtorno do desenvolvimento infantil na primeiríssima infância realizada no Centro de Reabilitação Público do Distrito Federal (CER-DF), além de uma pesquisa sobre vacinação de crianças autistas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Também são desenvolvidas duas turmas do Curso de extensão “Autismo na Clínica da Atenção Psicossocial.

O Cetea também trabalha em conjunto com a Câmara Legislativa do DF e Subsecretaria de Saúde Mental da SES/DF que, em breve, inaugurará um serviço para o atendimento deste público.

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