Projeto desenvolvido por profissionais residentes do Programa Multiprofissional de Nefrologia da SES/DF transforma o conhecimento técnico em linguagem acessível e lúdica
Sanmya Meneses, da Fepecs |Edição: Natalia Oliveira
Uma ideia simples, mas capaz de transformar a vida de muitas pessoas. Da experiência dos residentes do Programa Multiprofissional de Nefrologia da Escola de Saúde Pública do Distrito Federal (ESP/DF), que convivem diariamente com pacientes renais crônicos, surgiu a vontade de produzir uma cartilha em formato de história em quadrinhos. O objetivo era criar uma ferramenta leve, ilustrada e feita para que qualquer pessoa compreendesse o que é viver com doença renal crônica (DRC).
Durante a rotina de atendimentos, o grupo de profissionais, formado por duas assistentes sociais e uma enfermeira, percebeu que os pacientes sabiam pouco sobre o próprio diagnóstico e as possibilidades de tratamento. “Isso se devia, às vezes, a uma linguagem muito técnica usada pela equipe médica ou a dificuldades de compreensão do paciente, causadas até mesmo por sintomas da DRC agudizada”, explicam as autoras do projeto.
Dessa observação surgiu a cartilha Eu, doente renal crônico? Simplificando a terapia renal substitutiva– um material que une informação e empatia. Dessa forma, a história em quadrinhos se tornou uma ferramenta educativa pensada para ampliar o conhecimento e promover a autonomia de quem convive com a doença.
O produto apresenta, de forma lúdica, os principais aspectos da doença renal crônica, desde os sintomas e grupos de risco, até as etapas do tratamento e o papel do autocuidado. O material foi idealizado para ser usado em diversos formatos: impresso, acessado por meio de QR Code e também em rodas de conversa com pacientes e equipes de saúde.
Segundo Ivy Dantas, preceptora que acompanhou o grupo, o projeto nasceu como trabalho de conclusão de residência, mas foi ganhando novos propósitos. “A ideia inicial das residentes era fazer algo inovador, que não ficasse restrito à academia. A princípio, elas pensaram em um vídeo, mas depois o projeto evoluiu para a cartilha ilustrada — uma proposta bem didática, de fácil acesso e que despertasse o interesse das pessoas”, conta Ivy.
Ela explica que o material foi planejado pela equipe com cuidado para não ser apenas mais um folder. “Queríamos algo que, de fato, alcançasse o maior número possível de pessoas, não só avaliadores ou profissionais de saúde, mas a população em geral, especialmente os usuários do SUS e os pacientes renais crônicos em terapia renal substitutiva”, destaca.
A cartilha foi elaborada pelas residentes Amanda Letícia Oliveira Miranda, Anaclecia Loyane Souza de Carvalho e Welliany Jasir Pereira da Silva. A orientação do trabalho foi feita por Ivy Dantas Silveira e Jéssica Guimarães Rodrigues.
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